quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Desafino

Deu vontade de fazer um post horrível.
Indelével, inteligível, com gosto de hortelã.
Maçã do amor, glicose pura,
E, quase por hipnose, levar-te na dura rua.
Crua, nua, dela, tua.


Quisera ser a rua tua, minha.
Volúpias abruptas, violando meu sonho.
Sonha sem medo a sua frase atemporal.
Enfadonha, tristonha, canta largo à meia-lua

Ela ama sem a vergonha, que bisonha, flutua.
E sob névoa negra, acena e despede-se.
Ela beija sem o medo, que por desejo, cultua.
E por mim, liberto; nada impede-se.

Frases dúbias, duplas
Anelares rústicos, incessos.
Canto certo, maciço, incerto, perverso.

Três versos chegam
Três vozes clamam
Três palavras ecoam
Três vezes me chamam.

Pronomes aos verbos se ligam
Eu te amo, di-lo-ei diluído
E os três sentidos se desligam,
Sem som, sem dó, sem tom.

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