domingo, 25 de outubro de 2009

Who knew?

Meus objetivos não serão cumpridos com esse post. Ainda assim vim escrevê-lo a fim de desabafar mesmo, afinal, depois de ontem, desabafar para meu alívio é, de fato, o que me resta.
Lembra quando eu falei que idade não era nada? Que diferença etária passava a ser otária quando o assunto era o amor? Odeio dizer isso, mas me enganei - e me enganei feio.
Se você é daqueles que acredita ser a beleza o maior e melhor atributo em alguém, nem me procure. E mesmo se você acreditar que se vestir bem e ter dinheiro pra cinemas, bebidas e closets recheados de roupas estilosas é o que mais importa, sigo o mesmo pensamento e mantenho a distancia. Não é ser piegas, e eu falo sério, mas quem é meu amigo sabe que eu não valorizo nada disso. O que eu quero é cumplicidade, carinho, sinceridade. Respeito, acima de tudo.
É complicado você depositar tantos sentimentos em alguém que se mostrou completamente oposto a isso tudo, e avesso a sequer uma pontinha do iceberg da consideração.

Pra ser sincero, escrevi esse primeiro parágrafo logo que entrei em meu quarto, ontem de madrugada, mal e só. Agora, relendo, vejo que está incompleto. Mas não sinto a menor vontade, não tenho o menor empenho de continuá-lo. E isso se dá por alguns motivos... Percebo que incompleto são os módicos - leia bastantes palavras difíceis, assim quem sabe você aprende e entende o que eu digo - do coração, que acham que precisam de alguém para se sentirem um só. Ao contrário disso, depois de ontem eu aprendi que fui durante muito tempo esse tal módico à espera de alguem que me completasse. Agora não mais. Eu quero alguém que some. Ou multiplique. E você é divisão, subtração traduzida em perda de tempo. Quero alguém que acrescente qualquer coisa boa em minha vida, e não só uns beijos perdidos na sessão de fim de tarde do cinema mais proximo.

Pra quê um filme de amor se quem escreve a história não sabe o que é amar? Protagonizar beijos cheios de paixão são coisas de atores veteranos e especialistas. E sim, você atua muito bem. É, precisa ser um otimo ator pra conseguir me enganar por seis meses num filme que parecia não ter fim. Contudo, agora, neste exato momento, os créditos finais acabam de aparecer.

Não, não queria mesmo ter escrito isso. Porém, como todo grande sucesso de bilheteria, talvez haja uma segunda parte dessa história. Não precisa ser ligada a primeira, ou se for, que remeta somente às coisas boas. Pode ser recheadas de aventuras, perigos e outras frases de sessão da tarde. Mas com um pré-requisito. Que o mocinho não seja tão imaturo, hipócrita e omisso como você é hoje.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Abra-te

A porta estava trancada. Sentou-se vagarozamente, o medo não permitia que a tela, tão diáfana para alguns, fosse tal qual a ele. O brilho enchia sua face com a juventude exposta em tecnologia. Suas digitais eram gastas incessante e idoneamente, a fim de que ficasse afim com alguma nova expectativa que surgira num dia de chuva como hoje.
A brisa aumentara e rajava na tormenta tornando o quente corpo frio e impermeável. Afinal a chuva caia sem o molhar. A porta estava trancada. A chuva não passava pela vidraça vedada e escurecida pelo breu trazido por blecautes espalhados pelo quarto.
Antes de começar, verificou a porta outra vez. Teve certeza de que estava isolado do resto, sozinho, consigo mesmo e sem dó, apenas só, partiu. Foram quase cem minutos sem piscar, cem lágrimas, sem choro. Centenas de coisas passaram por sua cabeça, seus amores, devaneios, das cartas aos beijos, das promessas aos cheiros. Lembrou-se dos planos, dos meses, dos dias, das horas e dos minutos que perdeu ou ganhou por sentir o que alguns arriscam chamar de amor. A porta estava trancada e ninguem podia ouvi-lo. O mundo era só dele, e seu mundo era aquele. Piedoso, impetuoso, real e ficticio, desigual e antitésico numa fiel semântica, provável física quântica, memória influenciada pelos cem minutos sentidos e absortos feito algodão.
Por que as coisas dão certo aos outros e não a mim - pensou. A porta tentou abrir-se cortando sua maré sentimental dos cem minutos sentado sem ao menos se lembrar de que sem a chave a porta não era aberta.
- Abre a porta? - disse alguém.
Preferiu não responder, não queria ser incomodado diante das venialidades explanadas e das iluminuras cinéfilas que extrapolavam as imagens assistidas.
- Abre. Eu quero entrar.
Preferiu não responder. Não queria abrir. Não tinha jeito, restavam poucos dos cem, mas que sem os poucos de jeito algum aquela porta seria aberta. Dela, ouviam-se algumas vozes. Vozes que por sí sós espalhavam-se diante dos filetes de madeira, dos cupins, dos choupins que entregavam-se na vastidão do desamor.
A porta estava trancada.
Os cem minutos esvaziavam-se, desvairavam-se e eram aniquilados pelo tempo que correra num piscar de olhos depois de estar por cem momentos sem piscá-los. De repente levantou-se. Olhou para si próprio, piscando mais cem vezes, sem parar. Debilitado de força física, provou a sí proprio que era insólito perante os olhos de tantos - e muitos. Revidou um soco dado por ele mesmo noutro dia depois de sentir-se sozinho. Sabe, acho que foi deveras suficiente para que uma retrospectiva percorresse seus olhares e sob estes, por fim, tomou a difícil decisão do dia - quiçá da vida.
A porta não estava mais trancada.
Cercada por outrem apoiado em sorrisos brancos refletidos no verde intimado, por tanto procrastinado, inalado em cem vezes sessenta segundos de esperança, agora sim, a porta estava aberta.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O fim não é em vão.

Perdido, insanguentado, fora encontrado diante de sí mesmo, por sí mesmo, ao olhar-se no espelho. O calor que correra sob suas veias, congelara-se. O suor caia ao chão, mas despedia de sua face, seco e fresco. Tentara levantar-se. Em vão. Despido de pudores, caminhou rente ao teto e olhou-se de cima. Ja estava fora de sí.
Ao chão, avistava, sob olhares túrgidos e abaláveis, um copo, papéis, isqueiro sem cigarros, sangue e seu corpo.
O que acontecera ele não sabia explicar, resolveu correr dali, transpor paredes e livrar-se dele próprio. Avoado, voou em direção sem rumo, ou melhor, sem direção; e, por menos entendido que estivesse, de lugar nenhum chegou a algum lugar.
Aquela casa. Aquele cheiro. A porta de marfim reluzia, parecia diáfana e por ela passara sem problema algum.
Os sofás dúbios, as gélidas paredes, os quadros quietos de vozes caladas em expressões que tinham algo a dizer. Perguntou a eles, ora essa, aonde estaria naquele momento? Nada era estranho; tudo, contudo era inconcebível. Queria o material, a matéria viva, tocada, inalada, envolvida por seus braços.
As escadas mórbidas, os talheres prateados, os copos escuros, mal lavados. Olhares oblíquos e dissimulados, pérfidos e calculados, pareciam estar, de longe, vasculhando-o. Corria rápido feito guepardo, apressado como o coelho atrasado num País sem Alice nem Maravilhas.
Subiu aos céus, da chaminé à lareira, ladeira abaixo, incendiou os cômodos. Em vão. Acendeu o gás, afixia? Em vão. Ele não era mais terreno, quiçá sereno, de sentimentos pulsáteis num coração funcional. Percebia que nada mais valia, validade temida que chegara ao fim.
Passeou pela casa, sem fotos nem nada. Notou-as faltar. Vasculhou armários, guarda-roupas, gavetas foram ao chão. Em vão. Tudo sumira dali, nada restara de ti.
E conto-te tudo agora, mesmo que por fugires para longe sem deixar ao menos palavras de Adeus, mereces saber de tudo. Abortou-se em sua vida, hostilizada por teus sentimentos. Repasso-te as últimas palavras dele, que ao vê-lo morrer, escutei e deixei-o lá, a fim de que sozinho, prestasse a sí próprio o resquício do que sentia por ti.
Lentamente.
Letargicamente.
Sutilmente.
Fielmente.
Com a mente voltada a ti, pensando em ti, desejando somente o teu amor,
Morreu por amar demais.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Desafino

Deu vontade de fazer um post horrível.
Indelével, inteligível, com gosto de hortelã.
Maçã do amor, glicose pura,
E, quase por hipnose, levar-te na dura rua.
Crua, nua, dela, tua.


Quisera ser a rua tua, minha.
Volúpias abruptas, violando meu sonho.
Sonha sem medo a sua frase atemporal.
Enfadonha, tristonha, canta largo à meia-lua

Ela ama sem a vergonha, que bisonha, flutua.
E sob névoa negra, acena e despede-se.
Ela beija sem o medo, que por desejo, cultua.
E por mim, liberto; nada impede-se.

Frases dúbias, duplas
Anelares rústicos, incessos.
Canto certo, maciço, incerto, perverso.

Três versos chegam
Três vozes clamam
Três palavras ecoam
Três vezes me chamam.

Pronomes aos verbos se ligam
Eu te amo, di-lo-ei diluído
E os três sentidos se desligam,
Sem som, sem dó, sem tom.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O amor é o calor?

Minha revista Elle chegou hoje. A capa dá a manchete: Hits do Verão. Tudo que a Elle ama e você vai usar já! O dia foi quente, fui até de bermuda para a faculdade. Reparei como minha perna está branca. Passei duas horas dentro de uma loja carioca num shopping daqui de Floripa olhando estampas e mais estampas, tecidos e cores que me remetiam a uma só lembrança: o Verão. Entrei no carro depois das compras e deu até pra sentir aquele ar quente logo que abri a porta. Sinal de que o tal Verão já está aparecendo por aí. Ainda espero ir à balada sem casaco. Nao gastar três reais no guarda-volume, afinal, é Verão. Não vou sentir frio às 5h ou 6h da manhã. Dar adeus ao incômodo do sobrepeso. Dar as boas-vindas às palavras-chave da estação: forno, sol, cor, sorvete, praia, bronzeador (e por aí vai).

E de pontuações breves e bem pausadas deram-se início às palavras de ordem do dia (as quais devo escrever aqui?) e à pontinha do sol que me esquenta um pouco mais.

Não sei se eu gosto do verão. Mas tenho boas lembranças. Minha vida começou no verão, os dias no verão são mais intensos, pró-ativos. Minhas férias, meus amigos, as pessoas que a gente conhece no 'calor do momento' e às vezes nunca mais vê na vida. Aqueles tantos sorrisos, cantadas pobres ou risadas desumanas de quem acabou de tomar um despreocupante banho de chuva - afinal, é verão.

Acho que estou ansioso pra este verão. Meus dezoito anos farão dele um tantinho mais aproveitável do que o do ano passado. Quiçá eu adquira mais responsabilidade - obrigatoriamente e contra minha vontade -, ou o alcool nem esteja tão abstido dentro de mim.

Tanto faz, pouco importa. O que mais espero do verão são seus amores. Meus amores. Intensos, vorazes, fugazes, propensos ao rápido fim. Dissipam-se na rapidez um relampago, têm suas lembranças por toda uma vida. Esperar dos amores um contínuo amor com A maiúsculo que comprove continuidade e amor-amado? Ah, fico na esperança. Desejo do improvável, maciço sentimento o qual enlaça o mormasso. Fissura do sorriso que disfarça o desejo, almejo tal sensatez que perdure após às sombras. Que se suponham e oponham ao sentido, que sinta o que sinto, em igual fluxo, para que se unam até o começar do outono. E depois dele também.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

E no calor do momento, ponto pra impulsividade.

Hoje foi um dia atribuladíssimo (e complicadíssimo também).
A aula de Sociologia da Comunicação foi uma droga - as always - e o Universo Jornalístico realmente parece me dar um pé-na-bunda. Sim, ja chegam de pautas. E ja chega de fingir que eu to feliz indo pra aula e almoçando no R.U. Ah, quisera eu que o problema fosse somente o R.U. "...Hm, hoje to mal porque a carne do restaurante universitário tava cheia de gordura". E vivam as ironias despedaçadas pela madrugada.
Fugi da aula e fui ao shopping. Comprei. Comprei mesmo. Só não voltei com vinte e oito sacolas de vinte e oito lojas diferentes porque minha mãe ia me esganar caso soubesse que tirei o dia pra gastar tudo o que eu tenho - e o que eu nao tenho - de dinheiro (aqui caberia uma risadinha, afinal eu rio imaginando a bronca que consegui evitar enfiando calças e camisetas dentro da minha mochila antes de entrar em casa).
Sabe, ontem eu tava conversando com um menino pelo messenger e a humildade dele me surpreendeu. E é dedicado a ele tudo o que eu escrevo hoje aqui.
Tenho certeza de que a humildade ainda não é o meu forte. É clarividente que to longe de ser o cara mais dotado de tais qualidades humildes. Tá, também é certo que não sou o mais fútil e alheio aos problemas que me cercam; mas me tocou saber que enquanto eu compro uma black skinny nova e camisetas fora da promoção, há pessoas que se alimentam durante todo o mês com o dinheiro gasto hoje por mim.
Eu queria fazer alguma coisa. Distante da abstinencia de shopping, afinal deixar de ser um shoppaholic não está em meus planos; contudo, acho mais do que válido fazer um balanço da vida e pensar que a minha é muito melhor do que a de muita gente.
E que mesmo sem viagens à Inglaterra, França e outros cantinhos europeus, sem as marcas mais cobiçadas do mundo e sem todo o luxo que, francamente, todo mundo ja pensou em ter um dia, eu me sinto totalmente realizado com o que eu ja tenho.
Ambição? É natural e circunstancial. Quase que uma lei da vida, senão acho que nem teria motivo pra sonhar (e quiçá viver, também!). Mas hoje o dia - repito: atribulado e complicadissimo - me serviu para esquecer dos problemas e perceber que tenho tudo de que preciso.

Tá, descobri que preciso namorar, e é só isso que me falta na listinha das necessidades básicas. Alguém se habilita? (Espero que isso não soe como algo do tipo: necessitado_está_à_procura acaba de entrar no chat).

domingo, 4 de outubro de 2009

Tardo término.

Por fim, termino tal quote
sem que até mesmo você se importe
o quão suja fora sua morte
depois de, enfim, execrar-te de mim.

E o que beirou mansinho,
e encheu de beijos a quem se desejou
agora está sozinho,
ansiando por carinho,
chorando bem baixinho
porque o verso acabou.


Abrir mão do futuro,
rebobinar a k7 que um dia eu gravei.
e abominar o tal sentimento
daquele amor que eu amei.

Esvaziar as rimas pobres
que se rimam de infinitivos pessoais
transpondo nos gerundios
sem pedir menos nem mais,
rubros cobres, azedos, amenos ou fatais.


Começou cedo,
excedeu-se o corpo.
Amar encarde
tardou-se o gosto
e gostou do alarde.
Deu-se fim ao início,
iniciou-se o fim,
e do mal que arde,
terminou tarde.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Aurélio e Houaiss: Vivam as definições.

Chifrar. Def.: ato de trocar carícias, beijos, afagos com outra pessoa extra à relação conjugal temporária ou permanente. Poligamia; Bigamia. Trair.
Às vezes penso que o ser humano deveria ficar estéril (ou sem seu respectivo órgão genital?) caso cometesse algo desse tipo. Todavia, certamente eu estaria sem pinto nessa altura do campeonato; afinal, atire a primeira pedra quem nunca, nem ao menos em pensamento, traiu alguém.
Mesmo assim, quando a gente gosta mesmo (intensifique o mesmo em negrito) da pessoa que está ao seu lado, não há Miss nem Mister Universo que faça você ser corno.
Corno? Ah, tem aquela velha piadinha: é tipo consórcio, um dia você será contemplado. No entanto, acho que a minha pureza (e não ingenuidade) é deveras existente, e faz daquela máxima algo ridiculo e insólito na minha vida. Pra quê chifrar alguém que te faz feliz? Pra quê trocar você por outro?
Ora, vamos brincar de Arnaldo Jabor em suas crônicas ou se opor à Rita Lee naquele velho sucesso musical: Amor é um, Sexo é dois?
Claro que não. Masturbe-se. Pronto, sexo consigo mesmo. Amar sozinho? Sofrimento podre e cru. Não dá e nem é legal. Destarte, rendo-me ao pedacinho que diz: Sexo é escolha, Amor é
sorte.
A gente não escolhe quem ama, não decide se tá na hora de amar ou não. Não é como ter um filho, ou estar pronto para gerar ou cuidar de um. É aquela velha conjunção estrelar, a qual eu ja me cansei de digitar em janelas de messenger, textos em blogs, depoimentos de orkuts. E daí? Não escrevi pra todas as pessoas que eu ja estive junto, afinal, até hoje não sei se tive mais dois ou três choques estrelares e espaciais que me fizeram sentir aquela coisa boa que nos confunde tanto. Escrevi pra mostrar que é assim que eu idealizo o meu jeito de amar. E talvez essa sorte me falte. Talvez seja essa droga de ilusão que ilude e sorte no negativo que me façam perceber o quão dificil é encontrar alguem pra chamar de Meu.

Independente disso, acho que é hora de ir lá retirar meu prêmio do consórcio e fazer bem uso do mesmo. Mas sem esquecer de duas coisas, as quais depois de ditas a mim em terceira pessoa como pedido ou ordem, agora repasso a vocês, em primeira pessoa: Acho que não devo dar tanta atenção nem cobrar tanto, e nem nada de ninguem, então. E o que uma pessoa como eu ainda está fazendo com alguém que faz esse tipo de coisa?

É, gostar de alguém é uma merda. Mas tem louco pra tudo; esses dias, mesmo, vi um vídeo de um cara que adorava comer cocô.