terça-feira, 22 de setembro de 2009

Início da Sessão: quinta-feira, 9 de abril de 2009

Hoje faz exatos cento e sessenta e sete dias que eu conheci quem por pouco deixei escapar, mas que sem orgulho pedi pra voltar. É complicado a gente admitir que errou. Mais complicado ainda é ser desculpado depois de se transtornar uma vida, na qual tão cedo já se perdia num percurso íngreme e confuso ora pelo ódio, ora pelo amor.
Abril foi um mês peculiar. Por sua causa. Pela primeira vez eu fui tão fácil a ponto de sair com alguém que mal conhecia, um dia depois de um 'oi virtual'. Pela primeira vez dei um beijo em alguem tão mais novo - e tão mais forte - que eu. E pela primeira vez percebi que não era eu quem mandava desta vez. Meu poder não se anulava, mas equiparava-se ao teu, fazendo-nos dois chefes de estado ou primeiros-ministros com uma só intenção: ganhar um ao outro - ou seria ganhar um do outro? Ah, bobagem essa troca de preposições, quando, na realidade, uma enchurrada de brigas brigavam consigo mesmas dentre as mais módicas problemáticas passando pelos assuntos de intensas e tensas canções, chegando até no momento em que alguns corações explodiam de felicidade - e logo depois eram bombardeados com um pouquinho de lágrimas de remorso.
Arrependimento? Puts, até pensei em me arrepender. "Aonde eu estava com a cabeça quando escolhi você pra mim?" ou "Como pude ser tão imaturo abrindo mão de tudo por alguém tão diferente de mim?". E foi o que eu fiz, larguei tudo. Desisti de ficar Sem Fala (ou no bom e velho ingles, Speechless). E, daí sim, veio o tal arrependimento.
Sim, afinal depois destas dezenas de dezenas de dias, hoje, com você de volta, consigo responder às perguntas que eu mesmo me fiz outrora. Aonde eu andava com a cabeça quando escolhi você pra mim? Quem se importa? Se você tem quinze, dezoito, vinte anos, não importa. Se você tem dinheiro, ja teve rubéola ou se teve gripe no inverno passado, não importa. Se você tem um ou dois carros, se é baixinho ou se nasceu pra jogar basquete. Não importa. Não me importo se você não sabe acompanhar meu vocabulário ou se tem dois ou vinte e dois pares de tênis. Muito menos se você gosta de chuva ou se prefere acampar no quintal da sua casa. Se aventura é o seu forte ou se tem paixão por futebol. Não importa se seu nome tem quatro ou seis letras, se você gosta dele ou não. O que importa, na verdade, é que mesmo a gente sendo tão diferente, temos a maior coisa em comum que poderia haver. Se for amor ou não, já não sei. Talvez seja até mais do que isso.
E esse sentimento estranho não são teus tênis nem meu vocabulário que determinam. É aquele maldito choque estrelar que acontece quando você encontra alguém imperdível. Algum tal inédito no qual a novidade é tão boa que veio pra ficar. E mesmo eu tendo esquecido essa novidade por algum tempo, revirei minhas coisas e percebi que não consigo viver sem ela.
E como pude ser tão imaturo abrindo mão de tudo por alguem tão diferente de mim? Ah, isso a gente deixa pra algum estudioso responder, afinal, depois dessas palavrinhas tantas - as quais você ja deve ter cansado de ler - todas escritas num endereço qualquer da internet, ja dá pra perceber o quão complexos e perplexos somos e ficamos perante essa coisa que a gente não sabe dar nome. Mas que, ja deu pra perceber, é a melhor coisa que alguém pode sentir por outrém.

Obrigado por me trazer de volta a vida. E obrigado por me fazer perceber que a felicidade estava tão pertinho de mim, bem embaixo do meu nariz.

4 comentários:

  1. Com a sua licença, se é que eu posso acrescentar alguma coisa, acho cabível considerar que mesmo as pessoas menos bestas se perdem nas coisas mais bestas, desde que haja alguma necessidade nossa (besta, muito besta) que esteja sendo atendida; ou, às vezes (a maioria delas, aliás), é só a ilusão de que ela possa ser suprida, e demora, demora, demora até perceber que não, não supre porcaria nenhuma...
    Vale pra tudo, desde essa coisa sem nome da qual cê fala até as trivialidades mais catalogadas. E um dia, por força do acaso ou mesmo da pancada (ou das várias pancadas, sucessivas), a gente acaba aprendendo. =)

    Gostei do parágrafo dos "não importa" e das considerações sobre pares de tênis, haha.

    PS: O próprio dicionário aponta como sinônimo de "necessidade" a palavra "carência, então não tô falando muita asneira não... rs

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  2. Nunca achei que a palavra outrém poderia ser usada, hahahaha adorei, mil... E, como o bruno, adorei o parágrafo do "não importa", já que diferenças, nesse caso, são irrelevantes mesmo. Bom te ver assim feliz (:

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  3. Eu gostei do texto inteiro, e já te disse isso ainda esta manhã, hahaha! Não vou acrescentar mais nada, até porque não tem o que colocar mais aí, de fato, você sabe bem como escrever (entendeu, né?).

    Alef

    Ps: Tá anônimo porque não sei por quê não deu pra colocar meu nome.

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